O Reino da Ponta do Seu Nariz

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
à Thaísa, a Rainha da Ponta do meu Nariz.

- Bom dia, Crianças! Me chamo Alice e guiarei vocês pelo passeio de hoje!

- Bom dia, Alice! - Gritaram as efusivas crianças.

- Adiante vocês podem ver um cruzamento, onde terão que escolher o caminho da direita ou da esquerda. As placas indicam o caminho da direita. Mas, garotos e garotas, não se percam ao seguir as placas! Elas são temperamentais e costumam mentir! Eu, particularmente indico o outro caminho.

- Mas o outro caminho é uma estrada de terra! Vai sujar nossas roupas! Acho que é melhor ir pelo caminho asfaltado.- disse o garoto de camisa listrada.

- A terra é mais limpa que o asfalto, garotinho! Além disso, mais adiante, essa estrada asfaltada está cheia de buracos. E na estrada de terra as pessoas irão aceitar suas esquisitices e você não vai precisar esconder que gosta de tomar banho de chapéu, por exemplo. Se você quiser andar com as roupas mais fora de moda, ninguém irá te julgar!

- Não sei! Eu não tenho esquisitices. E no caminho asfaltado todos usam camisas listradas e terno, assim como meu pai, meu avô e a maioria das pessoas. E eu acho patético andar com roupas tão fora de moda e diferentes. Parece que as pessoas estão se fantasiando.

Alice riu alto e disse:

- Pequeno, me diga, você considera fantasia um disfarce? Uma máscara? Algo que você não é?

- Sim.

- Pois bem, as pessoas da estrada de terra se vestem de forma diferente porque assim querem e sentem vontade. Elas são assim. Não seria maior a fantasia desses homens que em pleno calor e desconforto usam, obrigados por convenções, seus ternos e suas camisas listradas meramente como uma máscara, um disfarce? Sendo que sinceramente, em seu âmago, eles gostariam de estar usando chinelos e bermuda?

- Mas na placa também diz que no final vamos encontrar um potão de ouro e ganhar uma coroa dourada de lembrança do passeio! - insiste o garoto de camisa listrada.

- Oras, mas para que coroa? Para ser rei do quê? Além do mais, no final do outro caminho vocês serão verdadeiros reis, e sem coroas.

- Reis do quê? - pergunta o menino

- Reis da ponta do seu nariz. O único reino que deve pertencer a vocês.

Imediatamente as crianças ficaram vesgas para enxergar as pontas de seus narizes, analisando se aquele reino valeria a pena. Pedro, o garoto narigudo, expressava em sua cara de orgulho a sensação de recompensa após anos de gozação, sentindo-se agora dono do reino mais considerável. Alice se deliciou com a cena, mas logo interrompeu bradando:

- Amiguinhos! Não vamos perder tempo, quem deseja seguir o caminho asfaltado por favor vá até o guichê para se matricular, assinar o contrato e pagar a inscrição. Quem decidiu ir pela estrada de terra, pode me seguir!

2 comentários:

Thaísa at: 10 de fevereiro de 2010 às 09:24 disse...

=D Fiquei feliz com essa crônica.

E com a dedicatória!!!

Você é o rei da ponta do meu narizinho pontudo!

Te amo!

Ps> Alice será o nome de nossa filha!

Tchelo at: 12 de fevereiro de 2010 às 13:44 disse...

Cara, curti mto!

E é bom ver q vc tá de volta ao mundo bloguístico, vc escreve bem, é engraçado e tem textos interessantes, isso é dificil de achar.
(vouteroubardathaisaoioquefoiqueeudisse??)

Abraço!

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